domingo, 30 de junho de 2013

Livro: O Jornal Jequitinhonha e a Guerra do Paraguai

Livro: O Jornal Jequitinhonha e a guerra do Paraguai

Ficha Técnica:
Autor: Maria de Lourdes dos Reis.
Editora: Edições Cutiara
N° de Páginas: 143

Resumo do Livro
1-       O Jornal Jequitinhonha

Esta obra tem o objetivo de fazer a leitura e interpretação do jornal O Jequitinhonha, da cidade de Diamantina, cujo o digirigente era o jornalista Joaquim Felício dos Santos, e seu sobrinho Antônio Felício dos Santos no período da Guerra do Paraguai. O jornal era algo republicano, críticava e noticiava sobre a corte. Joaquim era totalmente oposto ao governo de Dom Pedro II, devido à Revolução Liberal de 1842.

Era um seminário dominical tipo tabloide, na medida 36cm por 28cm que circulou de 1860 a 1873. Procurava prestar serviços à comunidade local, anunciando fugas de escravos e prêmios por sua captura, o desaparecimento de animais, objetos perdidos, celebração de missas fúnebres, serviços locais e publicação de poemas a pedidos.

O Jornal lutava com palavras contra a Monarquia e a favor de uma mudança política e administrativa no país, com a implantação do regima republicano. O Jornal era polêmico, direcionado à elite intelectual, aos mais interessados pelos problemas brasileiros.
As coleções existentes do Jornal o Jequitinhona encontram-se na Hemeroteca de Minas Gerais, pertencente ao Arquivo Público Mineiro (1868 e 1869), e duas coleções completas na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

Nas primeiras edições Joaquim se pôs a escrever sobre a história de Diamantina, um grande legado deixado para a cultura Brasileira.
Em seguida escreveu o romance “Acayaca” história romantizada sobre a fundação de Diamantina, com forte presença do indígena.

O Jequitinhonha além de republicano, era ainda anticlerical. Criticava muito o clero, e tinha uma proposta abolicionista, colocando-se como defensor dos escravos. Denunciava ainda o quanto a Província de Minas vinha sofrendo com o autoritarismo e a exploração de suas riquezas, desde os tempos da colônia.



2-        Joaquim Felício dos Santos

Joaquim Felício dos Santos nasceu em 01 de fevereiro de 1828, na Vila do Príncipe ou Comarca do Serro Frio – atual cidade do Serro, nas cercanias de Diamantina, filho de tradicional família de proprietários de terras. Estudou Direito na cidade de São Paulo, na Academia Jurídica do Largo de São Francisco, sendo colega e contemporâneo de José de Alencar.

De volta a Minas, radicou-se em Diamantina, por volta de 1850 e dedicou-se à advocacia e ao ensino. Como advogado, tornou-se um nome respeitável na área jurídica por substanciosos pareceres jurídicos que emitia para diversos pontos do país. Também atuava como defensor de pessoas humildes, desprovidas de recursos e até escravos.

Na área do magistério lecionou história, geografia, francês e matemática, no Ateneu de São Vicente de Paulo, o mais importante centro de educação do norte mineiro, nesta época, e também no Seminário Episcopal de Diamantina.

Integrou-se na corrente de ideias liberais juntamente com seus irmãos e abraçou um programa libertário, liderado pelo político Teófilo Otoni e outros membros do radicalismo liberal mineiro.
Juntamento com seu cunhado Josefino Vieira Machado, o Barão de Guaicuí, Joaquim Felício publicou o primeiro número de O Jequitinhonha, que circulou em 30 de dezembro de 1860, sendo editor Geraldo Pacheco de Melo.

Joaquim foi representante da Sociedade de Homens de Letras de Minas Gerais, foi um dos criadores da Sociedade Patrocínio de Nossa Senhora das Mercês, cujo objetivo era auxiliar na emancipação de escravos.

Em 1878 foi convidado pelo Gabinete da Justiça, para elaborar o Código Civil Brasileiro que prontamente atendeu, dedicando por  três anos ao assunto. Em 1881, apresentou ao Ministério da Justiça os “ Apontamentos para o Projecto do Código Civil Brazileiro”quem encaminhou à Corte e imprimiu-o na “ Tipografia Nacional”. Este foi lido e relido sendo protelada sua aprovação. De 1884 a 1887 continuou o trabalho e apresentou outro texto “ Comentários ao projeto do Código Civil Brasileiro”, publicado em cinco volumes porém não aprovado pela comissão indicada para a elaboração do Código Civil.

O governo agiu pesadamente sobre Joaquim Felício, o mesmo acabou desiludido com a vida nacional e adoentado, retirou-se para o Distrito de Biribiri, onde ele e seus irmão fundaram a Fábrica de Fiação e Tecidos do Biribiri Santos & Cia.

Veio a falecer em 21 de outubro de 1895, convertido ao catolicismo, sendo enterrado neste mesmo local na Igreja do Sagrado Coração.
Em 1902, a República, em agradecimento aos seus trabalhos sem nenhuma remuneração, concedeu à sua viúva, através do Congresso Nacional, a pensão de 500$000(quinhentos mil réis) que, no entanto, nunca se efetivou. O arcebispo de Diamantina, D. Joaquim Silvério de Souza, em 1910, escolheu-o como patrono de sua cadeira na Academia Mineira de Letras, em reconhecimento ao grande intelectual e escritor que foi.

Anos mais tarde, surgiu o Código Civil Brasileiro, de autoria do jurista Clóvis Bevilacqua, que continha “ muita matéria extraída do “Projeto de Felício dos Santos”.

3 - Guerra do Paraguai

A bibliografia da Guerra do Paraguai é muito variada, dividindo-se em obras que se colocam a favor ou contra o episódio.

A primeira versão, de tendência tradicionalista, é defendida por militares que se dedicaram a escrever sobre esse conflito. Para eles, as causas da guerra estariam diretamente ligadas à personalidade megalomaníaca de Solano López, associada à sua vaidade pessoal e seu temperamento violento. Ele teria buscado pretextos para iniciar a sua grande aventura militarista e atentatória à soberania dos povos do extremo sul da América Latina.

Numa segunda versão, o Paraguai é visto como o líder da causa da unidade hispano-americana, em continuidade à lutas contra o domínio espanhol e defensor de uma linha de desenvolvimento distinto do restante da América. Seu principal mentor é o escritor argentino José Maria Rosa. Ele acredita que Solano López é o herdeiro legítimo da luta pela cousa hispano-americana, sucessor de Artigas, Bolívar, San Martin e Rosas, que batalharam pela liberdade da América e o Brasil imperial. José Maria rosa coloca-se em sentido contrário ao da historiografia tradicional e oficial e "procura dar voz aos vencidos" ( SALLES, 1990:22). Para Rosa, Solano López tinha o projeto de uma nação forte e unida no Rio da Prata, em oposição ao Brasil, que herdará a política de intervenção portuguesa no Prata e a reproduzia, contra seus vizinhos hispânicos.

A terceira versão procura fazer uma revisão da Guerra do Paraguai, defendendo a opinião de que as causas do conflito estariam assentadas nas pressões do imperialismo inglês, usando o Brasil e a Argentina para tentar destruir a via de desenvolvimento autônomo paraguaio. Esta visão, também conhecida como "revisionista", pretende fazer a revisão da história da Guerra do Paraguai, dentro de um viés marxista e é defendida pelo historiador argentino Leon Pomer, que tem como seguidor mair próximo o jornalista brasileiro Julio Chiavenatto com sua obra" Genocídio Americano". Esta tese parte do principio de que a guerra tem suas origens na expansão do capitalismo, notadamente, o inglês.

4-  Jornais Brasileiros

Abaixo alguns jornais brasileiros que anunciavam sobre a Guerra do Paraguai:

- Opinião Liberada 
- Semana Illustrada
- Diabo Coxo
- A vida Fluminense
- Paraguay Illustrado

Em Minas Gerais durante o segundo Reinado circularam os jornais:

de Diamantina
- O Voluntário (1865)
- O Jequitinhonha (1863 a 1877)

de Ouro Preto
- O Conservador de Minas (1870)
- Constitucional ( 1866 a 1868)
- Diário de Minas ( 1866 a 1868)
O Liberal de Minas ( 1868 a 1870)
Noticiador de Minas ( 1868 a 1870)

de Campanha
- O Sapucahy ( 1864 a 1869)
- O Planeta do Sul ( 1865)
- O Conservador ( 1869)

de Três Pontas
- O Despertador (1863 a 1865)

de Juíz de Fora
- O Pharol (1870)


Gente eu espero ter ajudado com mais este resumo ! Não se esqueçam de compartilhar no face e deixar seu comentário ok ?


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