Livro: O Jornal Jequitinhonha e a guerra do Paraguai
Ficha Técnica:
Autor: Maria
de Lourdes dos Reis.
Editora:
Edições Cutiara
N° de Páginas:
143
Resumo do Livro
1- O Jornal Jequitinhonha
Esta obra tem
o objetivo de fazer a leitura e interpretação do jornal O Jequitinhonha, da
cidade de Diamantina, cujo o digirigente era o jornalista Joaquim Felício dos
Santos, e seu sobrinho Antônio Felício dos Santos no período da Guerra do
Paraguai. O jornal era algo republicano, críticava e noticiava sobre a corte.
Joaquim era totalmente oposto ao governo de Dom Pedro II, devido à Revolução
Liberal de 1842.
Era um
seminário dominical tipo tabloide, na medida 36cm por 28cm que circulou de 1860
a 1873. Procurava prestar serviços à comunidade local, anunciando fugas de
escravos e prêmios por sua captura, o desaparecimento de animais, objetos
perdidos, celebração de missas fúnebres, serviços locais e publicação de poemas
a pedidos.
O Jornal
lutava com palavras contra a Monarquia e a favor de uma mudança política e
administrativa no país, com a implantação do regima republicano. O Jornal era
polêmico, direcionado à elite intelectual, aos mais interessados pelos
problemas brasileiros.
As coleções
existentes do Jornal o Jequitinhona encontram-se na Hemeroteca de Minas Gerais,
pertencente ao Arquivo Público Mineiro (1868 e 1869), e duas coleções completas
na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Nas primeiras
edições Joaquim se pôs a escrever sobre a história de Diamantina, um grande
legado deixado para a cultura Brasileira.
Em seguida
escreveu o romance “Acayaca” história romantizada sobre a fundação de
Diamantina, com forte presença do indígena.
O
Jequitinhonha além de republicano, era ainda anticlerical. Criticava muito o
clero, e tinha uma proposta abolicionista, colocando-se como defensor dos
escravos. Denunciava ainda o quanto a Província de Minas vinha sofrendo com o
autoritarismo e a exploração de suas riquezas, desde os tempos da colônia.
2- Joaquim Felício dos Santos
Joaquim
Felício dos Santos nasceu em 01 de fevereiro de 1828, na Vila do Príncipe ou
Comarca do Serro Frio – atual cidade do Serro, nas cercanias de Diamantina,
filho de tradicional família de proprietários de terras. Estudou Direito na
cidade de São Paulo, na Academia Jurídica do Largo de São Francisco, sendo
colega e contemporâneo de José de Alencar.
De volta a
Minas, radicou-se em Diamantina, por volta de 1850 e dedicou-se à advocacia e
ao ensino. Como advogado, tornou-se um nome respeitável na área jurídica por
substanciosos pareceres jurídicos que emitia para diversos pontos do país.
Também atuava como defensor de pessoas humildes, desprovidas de recursos e até
escravos.
Na área do
magistério lecionou história, geografia, francês e matemática, no Ateneu de São
Vicente de Paulo, o mais importante centro de educação do norte mineiro, nesta
época, e também no Seminário Episcopal de Diamantina.
Integrou-se na
corrente de ideias liberais juntamente com seus irmãos e abraçou um programa
libertário, liderado pelo político Teófilo Otoni e outros membros do
radicalismo liberal mineiro.
Juntamento com
seu cunhado Josefino Vieira Machado, o Barão de Guaicuí, Joaquim Felício
publicou o primeiro número de O Jequitinhonha, que circulou em 30 de dezembro
de 1860, sendo editor Geraldo Pacheco de Melo.
Joaquim foi
representante da Sociedade de Homens de Letras de Minas Gerais, foi um dos
criadores da Sociedade Patrocínio de Nossa Senhora das Mercês, cujo objetivo
era auxiliar na emancipação de escravos.
Em 1878 foi
convidado pelo Gabinete da Justiça, para elaborar o Código Civil Brasileiro que prontamente atendeu, dedicando por três anos ao assunto. Em 1881,
apresentou ao Ministério da Justiça os “ Apontamentos para o Projecto do Código
Civil Brazileiro”quem encaminhou à Corte e imprimiu-o na “ Tipografia
Nacional”. Este foi lido e relido sendo protelada sua aprovação. De 1884 a 1887
continuou o trabalho e apresentou outro texto “ Comentários ao projeto do Código Civil Brasileiro”, publicado em cinco volumes porém não aprovado pela
comissão indicada para a elaboração do Código Civil.
O governo agiu
pesadamente sobre Joaquim Felício, o mesmo acabou desiludido com a vida
nacional e adoentado, retirou-se para o Distrito de Biribiri, onde ele e seus
irmão fundaram a Fábrica de Fiação e Tecidos do Biribiri Santos & Cia.
Veio a falecer
em 21 de outubro de 1895, convertido ao catolicismo, sendo enterrado neste
mesmo local na Igreja do Sagrado Coração.
Em 1902, a
República, em agradecimento aos seus trabalhos sem nenhuma remuneração,
concedeu à sua viúva, através do Congresso Nacional, a pensão de 500$000(quinhentos mil réis) que, no entanto, nunca se efetivou. O arcebispo de Diamantina, D.
Joaquim Silvério de Souza, em 1910, escolheu-o como patrono de sua cadeira na
Academia Mineira de Letras, em reconhecimento ao grande intelectual e escritor
que foi.
Anos mais
tarde, surgiu o Código Civil Brasileiro, de autoria do jurista Clóvis
Bevilacqua, que continha “ muita matéria extraída do “Projeto de Felício dos
Santos”.
3 - Guerra do
Paraguai
A bibliografia
da Guerra do Paraguai é muito variada, dividindo-se em obras que se colocam a
favor ou contra o episódio.
A primeira
versão, de tendência tradicionalista, é defendida por militares que se
dedicaram a escrever sobre esse conflito. Para eles, as causas da guerra
estariam diretamente ligadas à personalidade megalomaníaca de Solano López,
associada à sua vaidade pessoal e seu temperamento violento. Ele teria buscado
pretextos para iniciar a sua grande aventura militarista e atentatória à
soberania dos povos do extremo sul da América Latina.
Numa segunda
versão, o Paraguai é visto como o líder da causa da unidade hispano-americana,
em continuidade à lutas contra o domínio espanhol e defensor de uma linha de
desenvolvimento distinto do restante da América. Seu principal mentor é o
escritor argentino José Maria Rosa. Ele acredita que Solano López é o herdeiro
legítimo da luta pela cousa hispano-americana, sucessor de Artigas, Bolívar,
San Martin e Rosas, que batalharam pela liberdade da América e o Brasil
imperial. José Maria rosa coloca-se em sentido contrário ao da historiografia
tradicional e oficial e "procura dar voz aos vencidos" ( SALLES,
1990:22). Para Rosa, Solano López tinha o projeto de uma nação forte e unida no
Rio da Prata, em oposição ao Brasil, que herdará a política de intervenção portuguesa
no Prata e a reproduzia, contra seus vizinhos hispânicos.
A terceira
versão procura fazer uma revisão da Guerra do Paraguai, defendendo a opinião de
que as causas do conflito estariam assentadas nas pressões do imperialismo
inglês, usando o Brasil e a Argentina para tentar destruir a via de
desenvolvimento autônomo paraguaio. Esta visão, também conhecida como
"revisionista", pretende fazer a revisão da história da Guerra do
Paraguai, dentro de um viés marxista e é defendida pelo historiador argentino
Leon Pomer, que tem como seguidor mair próximo o jornalista brasileiro Julio
Chiavenatto com sua obra" Genocídio Americano". Esta tese parte do principio de que a guerra tem suas origens na expansão do capitalismo,
notadamente, o inglês.
4- Jornais Brasileiros
Abaixo alguns
jornais brasileiros que anunciavam sobre a Guerra do Paraguai:
- Opinião Liberada
- Semana Illustrada
- Diabo Coxo
- A vida Fluminense
- Paraguay Illustrado
Em Minas
Gerais durante o segundo Reinado circularam os jornais:
de Diamantina
- O Voluntário (1865)
- O Jequitinhonha (1863 a 1877)
de Ouro Preto
- O Conservador de Minas (1870)
- Constitucional ( 1866 a 1868)
- Diário de Minas ( 1866 a 1868)
O Liberal de Minas ( 1868 a 1870)
Noticiador de Minas ( 1868 a 1870)
de Campanha
- O Sapucahy ( 1864 a 1869)
- O Planeta do Sul ( 1865)
- O Conservador ( 1869)
de Três Pontas
- O Despertador (1863 a 1865)
de Juíz de Fora
- O Pharol (1870)
Gente eu espero ter ajudado com mais este resumo !
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