Bobeira Livre
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terça-feira, 27 de dezembro de 2016
sábado, 18 de julho de 2015
Vou sumir uns tempos
Bem pessoal...
Eu estou vivendo um outro momento da minha vida, procurando me estabilizar e realizar alguns sonhos que estão parados... Por isso, vou dar um tempo de tudo, para colocar minha cabeça no lugar e alcançar meus objetivos. O meu projeto em relação ao BOBEIRA, é uma coisa que faz parte da minha vida, mas que nem sempre eu estou totalmente disponível para me dedicar.
Eu também estava com uma proposta de lançar um jornal popular, desses simples, com distribuição gratuita, que pudesse ser do interesse de um público mais moderninho. Se essa proposta for pra frente, penso em dar continuidade ao blog, mas por enquanto prefiro deixá-lo parado, sem grandes mudanças, e só escrever quando a vontade realmente tocar meu coração.
Agora eu também começo uma nova etapa na faculdade, e ela mudará o meu rumo em muitos aspectos, pois começa o TCC. Além da faculdade, estou buscando um trampo em que eu tenha mais estabilidade, e possa conquistar meus objetivos materiais.
E é isso. Até qualquer dia.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
O que assistir na Netflix
Pessoinhas do meu coração !
Olha até que eu não sumi por anos. Só por meses ...
Então, nesse post de hoje eu quero falar um pouquinho sobre a NETFLIX <3 font="">3>
Pois é, eu já tinha assinado antes, mas por questões burocráticas (dinheiro), acabei cortando o serviço. Mas agora que resolvi tentar mais uma vez estou aproveitando muito, de uma forma que não aproveitei antes. A Netflix traz filmes, séries, desenhos, documentários, todos de ótima qualidade. O que mais me atrai sinceramente, é saber que um desenho como Jackie Chan não tão fácil de achar, está disponível lá.
Tem muitas opções, e você pode personalizar de acordo com seu gosto preferido. De acordo com o seu perfil você também tem sugestões para assistir.
Aqui eu não estou fazendo propaganda e nem ganhando por isso ( bem que eu gostaria), mas eu acho bacana falar da Netflix porque é uma ferramenta que te permite ver filmes online e não encher seu Pc vírus. Além do mais porque como falei antes, tem muitos títulos exclusivos que não circulam por aí, nem nos melhores sites para baixar filmes.
Se sua net te permitir ver um filme online, eu acho que é uma das melhores sugestões. Eu sou uma pessoa meio arcaica, e gosto de locar filmes no fim de semana pra assistir. Eu tenho amizade também com o carinha da locadora e isso não permite que eu perca esse costume. Mas se estou de BOBEIRA em casa, e com preguiça eu acho uma ótima opção procurar uns filmes na Netflix.
Como imagino que vocês já sabem, na Netflix você paga 17,90 por mês ( eram 16) e o primeiro mês é gratuito, você pode usar e quando vencer é só cancelar sem nenhuma taxa.
Mas enfim, eu vou deixar uma listinha simples de algumas sugestões que pra mim são boas e que eu reencontrei na Netflix:
SÉRIES (FAMOSINHAS):
* ARROW
* VIKINGS
* DEMOLIDOR
* THE WALKING DEAD
* SUPERNATURAL
* BREAKING BAD
* HANNIBAL
* DEXTER
* AGENT OF SHIELDS
SÉRIES (CLÁSSICAS)
* ARQUIVO X
* UM MALUCO NO PEDAÇO
* DOCTOR WHO
* BONES
* POWER RANGERS ( 1993)
* BEING HUMAN
* JERICHO
DESENHOS
* AS MENINAS SUPERPODEROSAS ( 1998)
* AS TERRÍVEIS AVENTURAS DE BILLY E MANDY
* DINOSSAURO REY
* LULUZINHA (1998)
* BEYBLADE (2002)
FILMES DE TERROR
* OLHOS FAMINTOS
* A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA ( 1999)
* O JOVEM FRANKENSTEIN ( 1974)
* O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA ( 2003)
* ASSASSINOS CIBERNÉTICOS (1995)
FICÇÃO CIENTÍFICA
* GUERRA DOS DRAGÕES
* O LABIRINTO DO FAUNO
* GABRIEL - A VINGANÇA DE UM ANJO
* MIB (1997)
* GUERRA DOS MUNDOS ( 2005)
* THE PHANTOM (1996)
* EQUILIBRIUM ( 2002)
* EQUILIBRIUM ( 2002)
Então é isso pessoas, eu deixei de azul alguns que amo, e vi outros aqui, que já vou assistir pra relembrar e ver pela primeira vez. Se gostaram não se esqueçam nunquinha de compartilhar.
sábado, 2 de maio de 2015
Filme: 50/50 (50%)
Pessoinhas !
Bem, como estou novamente com saudades do Bobeira, vim trazer uma postagem de um filme muito massa que assisti no NETFLIX, apesar de estar lotada de rascunhos que vou deixar ainda mais pra frente.
Vamos ao filme:
O filme é sobre um cara super fofo chamado Adam, ele é extremamente correto, não bebe álcool, não fuma, corre sempre que pode e namora uma garota muito bonita. Seu melhor amigo Kyle o busca todos os dias para trabalhar porque ele não tem habilitação.
Até aí tudo bem, Adam é só um cara bacana, que trabalha numa rádio com seu melhor amigo. O fato é que ele começou a sentir umas dores bem fortes nas costas, principalmente ao correr. Ele teve que procurar um médico, e a partir daí tudo muda.
Ele descobre enfim um tipo de câncer raro, causado por uma mutação genética, do qual ele só tem 50% de chance de sobreviver. O mundo de Adam muda radicalmente, ele começa a frenqüentar a quimioterapia, precisa ficar careca e também passar a ter consultas com Katherine (ela está fazendo sua tese de doutorado, é tipo uma orientadora/motivadora para pessoas com câncer), que é sempre muito atenciosa.
Adam muda sua radicalmente sua rotina, ele se mantém forte, acreditando que tudo vai ficar bem como todos dizem, mas uma grande descoberta sobre sua namorada, vai fazer sua vida mudar ainda mais. Apesar da gravidade dos problemas, ele sempre encontra apoio em seu amigo Kyle, que torna tudo muito engraçado.
O filme é estrelado por um ator que admiro muitíssimo, Joseph Gordon-Levitt, e foi baseado em fatos reais. Para pessoas com câncer, considero um exemplo, pois trata a realidade como ela verdadeiramente é, só que com um pouco mais de zoeira.
Pessoas, então é isso se gostaram não se esqueçam nunquinha de compartilhar !
segunda-feira, 9 de março de 2015
Adélia Prado - Oráculos de maio
Olá
Pessoas !
Bem
como sempre eu fico um tempão sem postar nada e apareço igual fantasma.
Mãss...
Hoje
eu reli um dos livros da Adélia Prado, o “ Oráculos de maio”, e gostaria de
trazer algumas poesias aqui pro Bobeira. Bem, eu não sei se vocês sabem, mas
não sou muito chegada em poesia. O real motivo desse post é porque é super
difícil encontrar poesias assim na internet. Por isso vou deixar um pouco da
autora, o que está na contra capa e vou deixar algumas informações sobre o
livro, já que este é um dos seus maiores sucessos.
Adélia
Prado
“
Nascida em 1935 na cidade mineira de Divinópolis, é formada em filosofia. A
Siliciano publicou Cacos para um vidral, Os componentes da banda, O homem da
mão seca, Solte os cachorros, Poesia reunida e, mais recentemente, Manuscritos de Felipa.
Oráculos
de maio
O
livro vai trazer mais uma vez poemas acerca da religião, do culto às coisas
simples e à reflexão. Há também poemas que problematizam a própria poesia. É
dividido em seis partes: Romaria, Quatro poemas no divã, Pousada, Cristais, Oráculos de maio e
Neopelicano.
Vou
deixar aqui o poema que mais gostei de cada parte: ( ou dois se forem pequenos J )
Romaria
Em
homenagem à minha amiga Aline:
Mural
Recolhe
do ninho os ovos
a
mulher
nem
jovem nem velha,
em
estado de perfeito uso.
Não
vem do sol indeciso
a
claridade expandido-se,
é
dela que nasce a luz
de
natureza velda,
é
seu próprio gosto
em
ter uma família,
amar
a aprazível rotina.
Ela
não sabe que sabe,
a
rotina perfeita é Deus:
as
galinhas porão seus ovos,
ela
porá sua saia,
a
árvore a seu tempo
dará
suas flores rosadas.
A
mulher não sabe que reza:
que
nada mude, Senhor.
Mulher no cair
da tarde
Ó
Deus,
não
me castigue se falo
minha
vida foi tão bonita!
Somos
humanos,
nossos
verbos têm tempos,
não
são como o Vosso,
eterno.
Quatro poemas
no divã
Shopsi
Hoje
completa um ano
que
estou fazendo terapia.
-
E o que você conta ao doutor ?
-
Que tenho medo panifóbico
de
ver minha mãe morrer.
-
Só isso ?
-
Só. Coisa à-toa,
feito
não comer três dias
porque
vi formiga de asas,
isso
eu não conto mesmo,
só
converso coisa séria.
-
E ele?
-
É muito paciencioso,
diz
que meu caso é difícil
mas
tem cura com o tempo
e
qualquer dia me convida
para
uma sessão no sítio.
-
Você topa?
-
Tou pensando,
vai
que aparece lá
uma
formiga de asas
e
apronto aquele escândalo,
me
diz com que cara eu volto
no
consultório do homem !
-
Mas ele está lá pra isso.
-
Isso o quê ?
-
Tchauzinho, Catarina, tchau.
Cristais
Em
homenagem à minha amiga Jenny:
À Mesa
Faca
oxidada contra a polpa verde,
é
roxo o amor.
De
amoras, não.
De
dor.
Arte
Das
tripas,
coração.
Oráculos de
maio
Estação de maio
A
salvação opera nos abismos.
Na
estação indescritível,
o
gênio mau da noite me forçava
com
saudade e desgosto pelo mundo.
A
relva estremecia
mas
não era para mim,
nem
os pássaros da tarde.
Cães,
crianças, ladridos,
despossuíam-me.
Então
rezei: salva-me, Mãe de Deus,
antes
do tentador com seus enganos.
A
senhora está perdida ?
Disse
o menino,
é
por aqui.
Voltei-me
e
reconheci as pedras da manhã.
Bem,
espero que tenham gostado, não deu para colocar todos e meu Word tá osso, mas
se curtiram não esqueçam de compartilhar !
domingo, 4 de janeiro de 2015
Livro: Felicidade clandestina
Estou aqui com minha primeira postagem de 2015, e para iniciar o ano bem, tenho
um pequeno resumo da Clarice Lispector guardado para estudantes de Letras e
afins. Bem, eu havia me esquecido completamente dele, mas mexendo aqui nas
pastas o encontrei e decide compartilhá-lo, pois pode ajudar outras pessoas com
suas pesquisas. Mais informações, acho que vocês encontrarão no Guia
do Estudante.
Segue então, um breve resumo do livro Felicidade clandestina e uma breve
apresentação da autora Clarice Lispector.
"Felicidade
Clandestina" - resumo e análise da obra de Clarice Lispector
Lançado inicialmente em 1971,
"Felicidade Clandestina" reúne diversos textos de Clarice Lispector
que foram escritos em diversas fases da vida da autora. Os textos reunidos
nessa obra podem mais facilmente serem classificados como “contos”, mas como
Clarice não se prendia a convenções de gêneros, todo o conjunto reunido em
Felicidade Clandestina migra de gênero em gênero, ora aproximando-se do conto,
ora aproximando-se da crônica, ou por vezes sendo quase um ensaio. De fato,
muitos dos textos reunidos neste livro foram publicados como crônicas no Jornal
do Brasil, para onde Clarice escrevia semanalmente de 1967 a 1972.
Ao todo, Felicidade Clandestina reúne 25 textos que tratam de temas diversos,
tais como a infância, a adolescência, a família, o amor e questões da alma.
Assim como a crônica que dá título ao livro, muitos dos textos apresentam algo
de autobiográfico, trazendo recordações da infância da autora em Recife, alguma
personagem que marcou seu passado, etc. Através da recordação de fatos do seu
passado, Clarice Lispector busca nos contos fazer uma investigação psicológica
de autoanálise.
Uma das técnicas mais empregadas nesses contos é a da narrativa em fluxo de
consciência, que é uma tentativa de representação dos processos mentais das
personagens. Esse tipo de narrativa não possui uma estrutura sequencial, uma
vez que o pensamento não se expressa de uma forma ordenada. Dessa forma, seria
como se o autor não tivesse controle sobre a personagem e a deixasse entregue a
seus próprios pensamentos e divagações.
Assim, dentro desse processo de associação de ideias e pensamentos desconexos,
em um dado momento a personagem passa por um momento de epifania, que é uma
súbita revelação ou compreensão de algo. Ao passar por esse momento de
epifania, a personagem descobre a essência de algo que muda sua visão de mundo
ou sua própria vida. Através desses momentos de epifania, personagens que
poderiam ser considerados sem relevância alguma aos olhos da sociedade ganham
profundidade psicológica e existencial.
Contos representativos
“Felicidade clandestina”
Nesta crônica a narradora em primeira pessoa conta sua primeira experiência com
um livro. Porém, este livro é de uma menina má que o oferece emprestado para a
narradora, mas sempre inventa uma desculpa para não entregar o livro a ela. Até
que a mãe da menina má descobre isso e entrega o livro para a narradora, que
passa a saborear o livro como se fosse um amante. Esta crônica tem um cunho
autobiográfico, como comprovou a própria irmã da escritora dizendo que se
lembra da “menina má”.
O ponto central desse texto é o conceito de “felicidade”. Nele, a escritora
parece se questionar “afinal, o que é felicidade?”. A menina presente na
crônica parece conhecer bem o dito popular “felicidade é bom, mas dura pouco”,
uma vez que ela se utiliza de todas as formas para prolongar seu sentimento de
felicidade. Uma vez que ela ganhou permissão para ficar com o livro pelo tempo
que desejasse, ela o deixa no quarto e finge esquecer que o possui, só para se
redescobrir possuidora dele. Dessa forma, sua felicidade aparece como um
sentimento “clandestino”, já que nem ela mesma pode se conscientizar de sua própria
felicidade para que esse sentimento não acabe. Concluísse, portanto, que a
felicidade deve ser descoberta a todos os momentos e nas coisas mais simples.
“Amizade sincera”
Este conto é a história de dois homens que se tornam amigos inseparáveis, mas
em dado momento começa a faltar assunto entre eles. Os dois vão morar junto,
mas não conseguem mais voltar a ser amigos como antes e, por fim, eles tomam
rumos diferentes na vida e sabem que não irão mais se ver.
Este conto tematiza os paradoxos das relações humanas e o individualismo das
pessoas. Se por um lado queremos manter uma amizade a todo custo, a ponto de
quase “ceder a alma” ao amigo, quem de fato gostaria de “ceder a alma”? –
pergunta-se o narrador. Assim como aparece em outros contos de Clarice, a
relação entre as pessoas parece estar fundamentada em uma “relação de troca”.
No conto, os dois amigos já não encontram mais o que “trocar” entre si e disso
nasce uma grande melancolia e desilusão, corroendo a amizade entre os dois. Por
fim, o que sobra de sincero aos dois é saber que eles não mais se falarão
porque escolheram isso.
“O ovo e a galinha”
Este é um dos contos mais emblemáticos de Clarice Lispector. A partir da visão
de um ovo que está sobre a mesa da cozinha, o narrador inicia uma série de
pensamentos a cerca das mais diversas coisas. Esses pensamentos aparecem de
forma aleatória e em fluxo de consciência, onde uma ideia, sentimento, sensação
etc, desencadeia outro e assim sucessivamente. Dessa forma, ele vai
desconstruindo o objeto que está sendo visto e o ovo passa, então, a ser uma
representação de qualquer coisa, física ou abstrata (liberdade, amor, vida,
etc.). Assim, através dessa “desconstrução”, o ovo deixa de ser simplesmente um
ovo e torna-se a chave para a compreensão do amor, da vida e da própria
existência humana.
“Os desastres de Sofia”
Neste conto a narradora relembra seus tempos de escola. Por volta dos nove anos
de idade, ela nutre uma espécie de amor pelo professor, um homem feio e
aparentemente frustrado. A menina-narradora entra em um jogo sádico com o
professor, de forma que ela faz tudo para que ele a odeie. Até que em certo
momento da narrativa ele pede para que a sala escreva uma história a partir de
dados que ele fornece. Ansiosa para ser a primeira a terminar, a menina-narradora
escreve a sua história rapidamente e sai da sala triunfante. Porém, após o
professor ler o texto que ela escreveu, ele se mostra impressionado e até
sorri. A menina-narradora percebe que o olhar do professor não tem mais o ódio
de antes, e ela se desespera com sua nova realidade. A partir disso ocorre um
momento de epifania em que ela se depara com a verdade do mundo e sua vida
muda.
O título do conto é provavelmente uma alusão a um livro infantil escrito no
século XIX pela francesa Condessa de Ségur e que também se chama “Os desastres
de Sofia”. Porém, no conto de Clarice, o nome “Sofia” não aparece nenhuma vez
além do título. Este nome, “Sofia”, é de origem grega e significa “sabedoria”.
Assim como em muitos outros contos da escritora, o núcleo temático de “Os
desastres de Sofia” parece ser o da autodescoberta. Isso parece ser sugerido
também pela ausência do nome Sofia no conto, pois a personagem estaria em busca
de sua própria identidade, o que acontece só ao final do livro com o momento de
epifania.
Por fim, cabe ressaltar que a narradora traça o seu passado de uma forma
autobiográfica, mas ela não o faz de uma forma “fiel”. Ao invés de simplesmente
contar os fatos e acontecimentos de seu passado, ela o reinventa a partir das
experiências do “eu” presente. Isso fica bem marcado em passagens em que a
narradora confessa ter dúvidas sobre o que aconteceu ao certo em determinadas
ocasiões e se mostra constantemente hesitante. Assim, através da reconstrução
não sistemática de seu passado, a narradora constrói a imagem que faz de si
mesmo no seu presente.
Comentário do professor
O Prof. Marcílio Gomes Júnior, da Oficina do Estudante, frisa que Felicidade
Clandestina foi publicado no auge da carreira de Clarice Lispector, sendo o seu
quarto livro de contos. Como escritora, pode-se dizer que Clarice já havia
atingido sua maturidade e conseguia realizar com maestria o que seria o ponto
chave de suas obras: o estudo e análise do ser humano. Através de um mergulho
no universo interior das personagens, Clarice trazia à tona temas
existencialistas e as contradições, dúvidas, inquietudes do ser humano. Nesse
ponto, o prof. Marcílio comenta que ela se aproxima bastante de escritores como
o russo Dostoievsky (autor de Crime e Castigo), e dos brasileiros Machado de
Assis e Graciliano Ramos. Em seus contos, Clarice também explora muito o tema
da família e seus confrontos, exibindo o cerne da família brasileira.
Quanto à questão existencialista, o prof. Marcílio chama atenção para o fato de
que esse existencialismo sempre conduz o sujeito (as personagens) para um
inevitável isolamento. Assim, em toda a obra de Clarice Lispector teremos
personagens desconfiadas, inadaptadas ao meio em que vivem, com temores e
inquietações. Através de um mergulho no interior do ser humano, essas
personagens cheias de crises existenciais sempre irão passar por um momento de
epifania, que seria um “momento de tomada de consciência” ou um “momento de
iluminação”. Esta experiência epifânica irá ampliar o campo de percepção da personagem
e ela será elevada a outro nível de consciência, passando a ver o mundo a sua
volta de outra maneira. Assim, após ver a existência humana de um novo modo, a
personagem ou voltará a ser o que era, mas agora com uma consciência elevada,
ou então irá manter seu novo estado de consciência.
Por fim, o prof. Marcílio ressalta que como a preocupação de Clarice é com a
personagem em si e sua viagem ao interior do ser humano, o cenário físico ao
redor é muitas vezes deixado de lado. A não ser que o cenário interfira
diretamente ou ativamente na história, não encontraremos nenhuma passagem
descritiva nos contos de Clarice. Além disso, a escritora utiliza uma linguagem
subjetivada, abusando de adjetivos, metáforas e comparações. Do ponto de vista
formal, vale a pensa ressaltar que Clarice utiliza um chamado estilo circular,
que consiste na repetição sistemática de palavras, expressões ou frases, para
conseguir um efeito enfático.
Sobre Clarice Lispector
Clarice Lispector nasceu em 10 de dezembro de 1920 em Tchetchelnik, Ucrânia.
Quando tinha cerca de dois meses de idade, seus pais migraram para o Brasil,
terra que considerava como sua verdadeira pátria. Em 1924, a família mudou-se
para o Recife, onde iniciou seus estudos. Por volta dos oito anos, Clarice
perdeu sua mãe. Três anos depois, a família muda-se para o Rio de Janeiro.
Ingressa em 1939 na Faculdade
de Direito, e publica no ano seguinte seu primeiro conto, Triunfo, em uma
revista. Forma-se em 1943 e casa-se no mesmo ano com o diplomata Maury Gurgel
Valente, com quem teve dois filhos. Durante seus anos de casada, mora em
diversos países pela Europa e nos Estados Unidos.
Em 1944, publica seu primeiro
romance, Perto do coração selvagem, vindo a ganhar o Prêmio Graça Aranha, da
Academia Brasileira de Letras, no ano seguinte. Separa-se de seu marido em 1959
e volta para o Rio de Janeiro com seus dois filhos. No ano seguinte, publica
seu primeiro livro de contos, Laços de família.
Em 1967, um cigarro provoca um
grande incêndio em sua casa e Clarice fica gravemente ferida, correndo risco
inclusive de ter sua mão direita amputada. Porém, após se recuperar, continua
com sua carreira literária publicando diversos livros.
Publica em 1977 seu último
livro, A hora da estrela, vindo a ser internada pouco tempo depois com câncer.
A escritora vem a falecer no dia 9 de dezembro do mesmo ano, véspera de seu
aniversário de 57 anos.
Suas principais obras são:
"Perto do coração selvagem" (1944), "Laços de família"
(1960), "A maçã no escuro" (1961), "A legião estrangeira"
(1964), "A paixão segundo G.H." (1964), "Felicidade
clandestina" (1971), "Água viva" (1973) e "A hora da estrela"
(1977).
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
Filme: Guardiões da Galáxia
Humildes seres terrestres !
Por esses dias assisti à um filme que gostaria de
ter visto no cinema, mais que infelizmente...
Bem, eu estava atolada de
trabalhos e provas, porém isso não me impediu de tirar um pouquinho do meu tempo pra assistir a
esse grande sucesso de bilheteria.
Também chegou o Natal e fui comprar os presentes :3
A todos Feliz natal
atrasado, rs.
Depois da tragédia, a verdadeira história do filme começa, com o " Senhor das Estrelas " como prefere ser
chamado, adulto, muito conhecido por ser um saqueador, e pelo que parece vive
numa nave bem fina e bem longe da Terra. Ele recebe o trabalho de
"recuperar" uma esfera para seu chefe e a partir daí surgem todos os problemas.
Esta "esfera",
até então inofensiva, é um dos maiores poderes de
todo o universo e um grande líder, conhecido por Ronan
pretende tomá-lo para acabar com a paz, e
dominar um povo que ele considera inferior ( juro que isso me fez lembrar
Hitler e o judeus), além de depois dominar todos os
mundos é claro.
Nosso amigo Peter começa a ser caçado, e logo conhece "as
pessoas" mais importantes de sua vida: Gamora, o Drax, Rocket e o fofo
Groot. Ele une forças que com seus novos amigos para
conseguir um jeito de se livrar da esfera.
O filme tem um toque de
comédia, muita ação,muita música fina, enfim a Marvel não economizou na qualidade, e sem contar que os fãs aceitaram de bom grado os novos heróis, talvez pela forte união dos personagens, e pela
emoção também causada pelo cativante Groot.
Esse foi um post meio rápido, mas espero que tenham gostado, e se gostaram, não se esqueçam de compartilhar.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Franz Kafka e o análise do texto " Diante da lei"
Eu tenho guardado alguns textos que já utilizei e que podem ajudar quem estiver fazendo pesquisas. Agora não sumi tanto viram só ?
Pois bem, vou começar com essa biografia do pensador Franz Kafka.
FRANZ KAFKA
Franz Kafka nasceu em 3 de julho de 1883, em Praga, cidade que na época pertencia à monarquia austro-húngara. Filho de um abastado comerciante judeu, Kafka cresce sob as influências de três culturas: a judaica, a tcheca e a alemã.
Em 1920, Kafka abandonou seu emprego em uma companhia de seguros por razões de saúde. Havia contraído tuberculose. Nos anos 1920 e 1921, Kafka relacionou-se com a escritora tcheca Milena Jesenká-Pollak, mas seu grande amor foi por uma mulher que conheceria apenas no final de sua vida, Dora Dyamant.
Formado em direito, trabalhou sempre em cargos burocráticos. Solitário, com a vida afetiva marcada por irresoluções e frustações, Kafka nunca atingiu fama ou fortuna com seus livros, na maioria editados postumamente.
Morreu no dia 3 de junho de 1924, num sanatório perto de Viena, onde internara-se com tuberculose. Desde então, seu legado – resgatado pelo amigo Max Brod – exerce enorme influência na literatura mundial.
OBRAS
A Metarmofose (1916) narra o caso de um homem que acorda transformado em gigantesco inseto; O Processo (1925) conta a história de um certo Josef K., julgado e condenado por um crime que ele mesmo ignora; n’O Castelo (1926), o agrimensor K. Não consegue ter acesso aos senhores que o contratam. Essas três obras-primas definem não apenas boa parte do que se conhece até hoje como “literatura moderna”, mas o próprio caráter do século “kafkakiano”.
Autor de várias coletânias de contos, Kafka escreveu também a avassaladora Carta ao Pai ( 1919) e centenas de páginas de diários. Deixou inacabado o romance Amérika.
Livro O Processo:
No dia em que completava 30 anos de idade, enquanto esperava o café da manhã, o empregado de banco Josef K., foi surpreendido por dois inspetores que, sem nenhum motivo explicíto, lhe deram ordem de prisão.
A princípio, o pacato K. Imaginava que tudo não passasse de um equívoco. Aos poucos , porém, o caso de K. se complica. Na tentiva e compreender os meandros do processo, Josef K. conversa com advogados, estudantes, industriais, pintores, comerciantes e por fim, com um sacerdote – todos de algum modo funcionários do tribunal.
Com uma espantosa capacidade de conferir realidade a fatos aparentemente muito estranhos, Franz Kafka ( 1883 – 1924) contrói um universo ficcional em que os tradicionais conceitos de culpabilidade e inocência valem menos do que o próprio funcionamento da Lei – indiscernível, acima da vontade e do entendimento dos homens.
Muitos críticos interpretam O Processo como um romance metafísico, sobre o problema do Mal. Outros o veem coo alegoria das modernas sociedades de controle, em que todos estão submetidos a uma lógica cega. Que cada leitor julgue o livro por si.
Outras Obras:
- Preparativos de casamento no campo
- Na colônia penal
- Um artista da fome
- A Muralha da China
Análise do Texto “ Diante da Lei “
KAFKA, no capítulo denominado "Diante da Lei" por Modesto Carone, estabelece um interessante e intrigante diálogo entre K. (o personagem principal do livro "O Processo") e um determinado sacerdote.
Analisado o texto, constatamos que se trata de uma parábola em que se destaca a dificuldade que tem o cidadão comum para ter acesso ao Poder Judiciário. Isto é revelado pela imensa dificuldade em interpretar ou compreender a mensagem expressada pelo porteiro que estava diante da lei (ou tribunal).
O homem do campo que se dirigiu ao porteiro e pediu para entrar na lei recebeu como resposta que a entrada não seria admitida de imediato, sendo possível a admissão posteriormente. Como está referido no texto, "o homem do campo não esperava tais dificuldades: a lei deve ser acessível a todos e a qualquer hora, pensa ele".
O sacerdote, conversando com K., revelou-lhe que duas seriam as interpretações possíveis acerca da suposta negativa expressada pelo porteiro, a saber: uma primeira interpretação seria no sentido de que o porteiro (ao contrário do que K. pensou inicialmente) não haveria enganado o homem do campo, porque teria negado a ele apenas inicialmente o devido acesso à lei, de vez que ao final da conversa deixou dito que ninguém mais poderia ser admitido na porta da lei, pois esta entrada estava destinada somente a ele (homem do campo); já a segunda interpretação, que também contraria o entendimento inicialmente firmado por K., era no sentido de que o enganado seria justamente o porteiro, interpretação esta que parte da ingenuidade do porteiro, que não conhece o interior da lei, mas somente o caminho que precisa percorrer continuamente diante da entrada.
O que se constata do texto, pois, é a existência de mais de uma interpretação possível para a questão do acesso à Justiça.
Fato é que se o homem do campo tivesse interpretado corretamente a negativa inicial do porteiro, o que não ocorreu, teria tido acesso posterior à lei ou à justiça, pois o encerramento da parábola é no sentido de que ali ninguém mais poderia entrar a não ser o próprio homem do campo, dado que a ele estava reservado aquele espaço.
Como se vê, o texto revela as dificuldades que surgem nos relacionamentos humanos diariamente, tudo porque às vezes não desvendamos corretamente as mensagens transmitidas por nossos interlocutores.
Isto também ocorre com as mensagens normativas (até com bastante freqüência), razão pela qual resolvemos, a partir das idéias destacadas por KAFKA, apreciar criticamente o princípio constitucional explícito do amplo acesso à jurisdição, porquanto todo aquele que se achar DIANTE DA LEI deve ter acesso direto a ela, sob pena de não se viver, ainda que formalmente falando, em um regime de Estado de Direito.
Fontes:
http://www.lpm.com.br/site/default.asp?TroncoID=805134&SecaoID=948848&SubsecaoID=0&Template=../livros/layout_autor.asp&AutorID=628162
: http://jus.com.br/artigos/773/franz-kafka-e-o-dificil-acesso-a-protecao-jurisdicional#ixzz2w00oPRf5
Se gostaram, não se esqueçam de compartilhar !
domingo, 7 de setembro de 2014
Livro: O que aprendi com Bruna Surfistinha (Post para maiores de 18 anos)
Pessoas lindas !
Bem, como vocês já sabem eu tenho
estudado muito e não tenho conseguido
equilibrar o meu tempo. Mas estou super feliz com essa nova rotina, mesmo não sendo tão
possível ler assuntos do
meu interesse e postar toda semana...
Mas uma amiga do meu trampo me emprestou um
livro que gostei muito, e durante a semana que o li, busquei vários assuntos relacionados. Por isso, esse é um post, como os três próximos
voltados para maiores de 18 anos, por tratar de um tema tão polêmico,
como a sexualidade.
Vamos à
resenha:
FICHA TÉCNICA:
Livro: O que aprendi com Bruna Surfistinha
Autor: Bruna Surfistinha (Raquel Pacheco)
Editora: Original
RESENHA:
Em mais um livro, o alter ego de Raquel
Pacheco, a Bruna Surfistinha, revela ao público
suas lições aprendidas depois
da decisão de ser uma
prostituta, seus objetivos, seus medos, suas dificuldades. Ela mostra com muito
humor que este trabalho não implica apenas em
"abrir as pernas", mas também
em aprender o que falar, o que ouvir, e até
mesmo o que sentir.
Bruna saiu de casa aos 17 anos com muitas
brigas familiares, e com um mundo cruel à
sua espera. Em cada capítulo, ela apresenta
uma passagem de sua vida que resultou em alguma aprendizagem: TOLERÂNCIA,
PRECONCEITO, FAMA, HIPOCRISIA, AMIZADES, entre muitos outros. Ela trata até mesmo de assuntos mais questionados, como homossexualidade e
religião.
Destaco nesta leitura, o esforço da autora para acabar com os preconceitos
contra a profissão mais antiga de
todas. Ela não tem objetivo, de
orientar outras pessoas com “10 passos de como ser uma prostituta”, mas tem a
finalidade de fazer com que as pessoas possam enxergar o ser humano em que há por trás
da mulher que se prostitui. Que esta tem sonhos, que também tem todos os sentimentos de qualquer outra
mulher, e que seu valor não deve ser diminuído por sua escolha de profissão.
Bem, mas Raquel não se baseia apenas nas construções de valores, mas também nas grandes histórias vividas por Bruna, como se tornou uma prostituta de
sucesso, as casas em que trabalhou e o blog que ganhou tanta fama. Uma dessas
histórias, ela traz no
capítulo VERGONHA, do qual conta que precisou
fazer uma "chuva negra" para um cliente, e que isto foi um dos
momentos mais difíceis e humilhantes
de sua carreira. Outra das histórias
que achei interessante está
no capítulo FATALIDADE, já que ela fala de um assunto constrangedor:
os homens que brocham.A postura dela é
muito madura, e procura não diminuir os homens
como 90% das mulheres costumam fazer, mas sim levar um papo legal, e caprichar
nas preliminares.
As melhores partes deste livro estão escritas nas páginas negras, Raquel conta algumas de suas
histórias mais picantes não publicadas em seu primeiro livro e em seu
blog. Bem, achei bacana a história em que ela morre de tesão por um cliente logo à primeira vista, e que como esta se tornou uma das melhores transas que ela já teve. São todas realmente muito
boas, e todas despertam sim o interesse sexual de quem lê.
O livro é
muito original, tem uma linguagem um pouco mais pesada, mas é muito bem estruturado, para mostrar
claramente sua entrada na prostituição
e sua saída também, ao encontrar seu grande amor. Recomendo
principalmente para pessoas mais puritanas e moralistas, mas também, para mulheres que se interessam em
conhecer mais sobre os desejos dos homens.
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